As urnas de 2014, mais do que qualquer outro sistema de aferição, deverão dar a medida concreta das consequências do se vê hoje nas ruas e redes sociais.
Mas a internet, que tem servido de motor para as mobilizações, apresenta-se como um enigma em relação à campanha do próximo ano.
Ambiente livre de regras, as redes sociais, especificamente o Facebook, vem “abrigando” mudanças na capacidade crítica dos cidadãos.
De acordo com Thiago Soares, doutor em comunicação e cultura contemporânea e professor de jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (foto acima), os usuários estão vivendo o fenômeno da “crítica midiática”, definição do autor José Luiz Braga.
“Com as redes sociais passa-se a ter outras vias de acesso à informação, e não só mais da imprensa tradicional, o que proporciona outros aparatos de interação e
mobilização”, diz.
“As redes estão proporcionando um tipo de mobilização de fato on line nas platafomas, comunidades, fanpages, grupos”, ressalta.
Por ser ambiente democrático, a internet, segundo Soares, cria utopias de mobilização, mas também distopias, como o anarquismo, o “não vote” a quebra das instituições.
Esse último aspecto, aliás, ele ressalta ser inerente à falta de amarras da internet.
“Existe um certo sintoma dessa cultura do anonimato, do tudo pode. Dentro da lógica da cultura digital isso faz parte. Inclusive o hacker é uma metáfora de um ambiente em que tudo é permitido”, salienta.
Toda essa liberdade tem contribuído para questionar o sistema político e os políticos e promover as mobilizações.
No entanto, apontar qualquer tendência do efeito que as redes sociais, usuários e protestos podem ter sobre a eleição é arriscado.
“Essas experiências convergem e cada grupo pode se tornar hegemônico ou não. A gente não tem como mapear (a possível influência)”, diz.
Porém, é impossível não acreditar que a internet terá papel ativo em 2014.
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