Em pleno inverno, a
presença do Papa Francisco no Brasil, para participar da JMJ, foi uma calorosa
primavera. Ele trouxe alegria, esbanjou sorrisos, beijou crianças, apertou as
mãos do povo.
Os frutos dessa inesquecível
visita podem ser resumidos em 15 pontos:
- Francisco quer uma
Igreja “pra fora”, desenclausurada, missionária, engajada na periferia e servidora dos
pobres;
- Na favela de Varginha,
ele delineou seu perfil de Igreja:
“advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis
desigualdades sociais e econômicas que clamam ao céu”;
- Nossa atuação pastoral
deve dedicar especial atenção às
crianças, aos jovens e aos idosos. Os primeiros, por encarnarem o futuro;
os segundos, por guardarem sabedoria;
- Há que combater a
corrupção e, ao mesmo tempo, alentar a esperança em “um mundo mais justo e
solidário”;
- A solidariedade –
“quase um palavrão”, disse o
papa – deve ser o eixo de nossa pastoral, disposta a “colocar mais água no
feijão”;
- Devemos combater a “cultura
do descartável”, que
ignora o valor das pessoas e estimula o consumismo e o hedonismo;
- Precisamos saber
“perder tempo” com os pobres, saber escutá-los;
- A Igreja deve espelhar
a simplicidade de Jesus, como
Francisco de Assis e o papa Francisco, que dispensou a capa de arminho, os
sapatos vermelhos, o anel e a cruz de ouro, os títulos de Sumo Pontífice e
Sua Santidade, por preferir ser chamado apenas de papa, bispo de Roma,
servo dos servos de Deus;
- A segurança dos
cristãos deve estar na confiança em Deus, e não no excessivo conforto que nos afastam
dos pobres e do povo;
- É preciso recuperar a
confiança dos jovens nas
instituições políticas, alentá-los na esperança; e “reabilitar a política,
uma das formas mais altas de caridade”;
- A política deve “evitar
o elitismo e erradicar a pobreza”,
condenando os opressores, como fez o profeta Amós ao denunciar que “vendem
o justo por dinheiro e o pobre por um par de sandálias”;
- Precisamos promover a
“cultura do encontro”, favorecendo o diálogo sem preconceitos, combatendo
os fundamentalismos e as segregações
- A sociedade futura,
“mais justa, não é um sonho fantasioso”, mas algo que podemos alcançar.
- Os jovens devem ser os
“protagonistas da história”, construtores do futuro, de um mundo melhor.
- As manifestações dos jovens
nas ruas merecem o nosso apoio,
pois eles “saíram nas ruas do mundo para expressar o desejo de uma
civilização mais justa e fraterna.”
Francisco
iniciou a reforma da Igreja pelo papado, como quem está convencido de que, para
mudar o mundo, é preciso primeiro mudar a si mesmo. Agora, há algo de novo na
barca de Pedro, cujas velas são tocadas pelo sopro do Espírito Santo.
Frei Betto é
escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.
Fiquei
encantado com as palavras do nosso querido Frei Beto e por isso quero aqui
dizer que a Reforma começou.
Que a
juventude renasça com os novos áreas da igreja de Cristo.
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